sexta-feira, setembro 07, 2012

Somos mais do que podemos ser, Gabriel

Você segura meu coração com as mãos, Gabriel. Me diz como é. Você me fala sobre a natureza e de como é melhor viver casando-se com alguém, me mostra as falas que existem no cantinho esquerdo da tua boca quando sorri, guarda as rosas que comecei a colher e diz que conforto é quando se têm duas pessoas em um pequeno quarto. O nosso já chegou, Gabriel. O nosso ano é agora.

Passei a acreditar na serenidade desse mundo, nas cartas que as pessoas escondem nas mangas, na rebelião que existe dentro de nós, no aconchegar que o inverno trás e no bordado bonito que você faz quando nossas peles se encontram. Se o céu é o limite, alguma coisa nós precisamos ser. O mundo aos nossos olhos é perfeito, Gabriel. Alguma luz pede para que você fique aqui, porque a minha vontade de é encostar meu coração no teu, colocar teu sorriso no travesseiro ao lado e sentir tua respiração nos meus seios. Na beira do abismo, você me cura e segura com as duas mãos o que eu não consigo segurar nem com vinte-e-sete, mas talvez com mãos iguais as tuas, assim possamos, dançar um Tom Jobim, sem ensaios. Finalmente nós dois.

Com tantas esquinas por aí, você vem para a minha, meu Deus, logo a minha esquina. Talvez, seja isso que você faz tão bem: poetizar e surpreender, mesmo quando não quer. Faz envolver nos abraços os nossos laços. Tira de mim, Gabriel, os destroços dos outros, não deixa o meu orgulho se encontrar com a timidez. Sou impaciente, dogmática. Não esquece, meu pequeno, que a parte mais bonita é a saudade mas pode mandar ela embora. Quero te ouvir, sem pausas, sobre o incerto que ninguém consegue vê, sobre as palavras que são escritas com os olhos. Pode casar-se comigo, Gabriel, e trazer o teu sossego.

Nenhum comentário:

Postar um comentário