sexta-feira, agosto 17, 2012

De mãos dadas com Deus

Eu caminhei uma temporada de estradas, uma atrás da outra. Encontrei o teu jardim, plantei as minhas flores. Encontrei também a tua camisa vermelha lavada pelo teu perfume, que dançou, com o vento. Peguei a cor dos teus olhos e teus dias pra mim, tomei posse sem saber. Fiz um parágrafo, um texto, uma frase inteira pra você, sobre a nossa conversa de meses atrás em que eu, ainda, não esqueci.

— Pertence sim.
— Pertenço à você?
— Não, ao Capitão Spock.
— Vou fingir que ele é você.

É com todo o meu estresse que lhe digo: apaga a luz, dorme comigo.
Cruza os dedos, viaja no céu estrelado, sacode minhas cores, monta sua rede na minha nuvem. Se borda, transborda, enrola, gruda ou se encaixa comigo. É loucura, tem cura.
Me cura.
Sim. De novo, de novo e de perto, de longe, de manhã, de noite.
Sorte pra nós, a sós, do resto, do completo. Sorte pra Deus que não se cansa da gente. 
Vai ladrilhar o caminho, Deus tá passando, deixa as rosas na porta que os cravos já são meus. Meu bem, do riso largo, do violão quebrado, da poesia torta. Quando houver algum sentido, te direi dos parágrafos que guardo, da escuridão que vejo e das nossas mãos entrelaçadas com Deus.

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